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Candidato de extrema-direita e pró-Rússia surpreende vai para segundo turno na eleição presidencial da Romênia

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Candidato de extrema-direita e pró-Rússia surpreende vai para segundo turno na eleição presidencial da Romênia
Candidato de extrema-direita e pró-Rússia surpreende vai para segundo turno na eleição presidencial da Romênia (Foto: Reprodução)

Calin Georgescu fez uma campanha focada em vídeos na rede social TikTok e deixou de fora da disputa o favorito, o social-democrata Marcel Ciolacu. A líder opositora Elena Lasconi, de centro-direita, ficou em segundo lugar. Calin Georgescu participa de debate entre candidatos a presidente em Bucareste, na Romênia Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS Um crítico da Otan de extrema-direita que elogia a Rússia enfrentará uma líder da oposição de centro-direita no segundo turno das eleições presidenciais na Romênia, o que poderá abalar a posição pró-Ocidente do país após um resultado surpreendente na votação do primeiro turno. Com 99,9% dos votos contados após a votação de domingo (24), o político independente de extrema-direita Calin Georgescu, de 62 anos, teve 22,95% dos votos. A candidata de centro-direita Elena Lasconi, líder da União Salve a Romênia, da oposição, ficou em segundo lugar, com 19,2%. O resultado foi uma surpresa, já que as pesquisas de opinião pré-eleitorais apontavam o primeiro-ministro social-democrata Marcel Ciolacu como o principal candidato. O candidato dos Liberais, de centro-direita, parceiros de coalizão de Ciolacu, também não conseguiu garantir um lugar no segundo turno das eleições, que ocorrerá em 8 de dezembro. A campanha se concentrou principalmente no aumento do custo de vida na Romênia, que é membro da União Europeia e da Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte) e tem a maior parcela de pessoas em risco de pobreza entre os países do bloco europeu. "Votei pelos injustiçados, pelos humilhados, por aqueles que sentem que não têm importância neste mundo", disse Georgescu no domingo. "Hoje, o voto é uma oração pela nação." Georgescu tinha um dígito em pesquisa antes da votação e fez uma campanha impulsionada pelo Tik Tok. "Imagine só, estamos em uma posição em que podemos ter um presidente de extrema-direita", disse o cientista político Cristian Pirvulescu. "É para onde os partidos do establishment nos levaram, primeiro negando veementemente a existência de uma guerra híbrida e depois caindo nela. Suas chances de vitória são altas." Perguntado sobre o resultado da eleição, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou: "Eu não faria nenhuma previsão ainda. Provavelmente não podemos dizer que estamos familiarizados com a visão de mundo desse candidato no que diz respeito às relações com nosso país." "Por enquanto, entendemos muito claramente a atual liderança da Romênia, que não é um país amigável para nós. É claro que observaremos como os processos eleitorais se desenvolverão e quem vencerá." Fôlego para os radicais no Parlamento A Romênia, país do sudeste europeu com 19 milhões de habitantes que esteve sob o regime comunista por quatro décadas até 1989, realiza uma eleição parlamentar em 1º de dezembro, na qual os analistas políticos afirmam que os grupos de extrema-direita provavelmente receberão um impulso eleitoral com o sucesso de Georgescu. Georgescu é um ex-membro da Aliança para a União dos Romenos, oposição de extrema-direita, que elogiou Ion Antonescu, líder de fato da Romênia na Segunda Guerra Mundial, condenado à morte por sua participação no Holocausto da Romênia, e Corneliu Zelea Codreanu, líder de um violento movimento antissemita antes da guerra. Georgescu chamou o escudo de defesa contra mísseis balísticos da Otan na Romênia de "vergonha da diplomacia" e questionou se a aliança de defesa ocidental protegeria qualquer um de seus membros se eles fossem atacados pela Rússia. Ele disse que a melhor chance da Romênia está na "sabedoria russa", mas se recusou a dizer explicitamente se apoia a Rússia. A Romênia compartilha uma fronteira de 650 km com a Ucrânia e, desde que a Rússia atacou Kiev, em 2022, permitiu a exportação de milhões de toneladas de grãos pelo porto de Constanta, no Mar Negro, e forneceu ajuda militar, incluindo a doação de uma bateria de defesa aérea Patriot.